Sobre a Europa: Londres, dia 1
11 de Setembro de 2015

Viajar... Um dos verbos que mais curto conjugar. Havendo oportunidade, lá estou eu, na estrada ou num aeroporto, rumo a lugares bacanas, diferentes, interessantes. Pode ser aqui perto ou um pouco mais longe. E foi essa segunda alternativa que eu e minha esposa Cris escolhemos para passar quase três semanas em agosto. E, além dos passeios "de turista", muita coisa acontece quando você faz uma viagem dessas por conta própria - desde os imprevistos, que acabam se tornando pequenas "aventuras", até a observação dos tipos e locais com quem você cruza pelo caminho.

Passamos por quatro países e um principado, num total de nove cidades. E então vamos publicar aqui alguns textos a respeito, em alguns casos mais de um para cada cidade, já que assunto e fotos (não se esqueçam que a Cris é fotógrafa!) não faltam. Divirtam-se!

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Nossa chegada foi pelo aeroporto de Heathrow, em Londres, após 11 infindáveis horas de voo. Apesar de ser uma ótima companhia aérea (British Airways) e de o avião ser enorme, um Boeing 747-400, a verdade é que lá dentro o espaço entre um assento e outro chega a ser obsceno de tão apertado. E se eu, que não sou um sujeito propriamente alto (1m78), sofro um bocado, fico imaginando quem mede 1m90 ou mais como deve se virar naquele mísero espaço.

Mesmo assim, foi um voo tranquilo e na manhã do dia 3 de agosto já estávamos procurando o trem que nos levaria às proximidades do hotel. Uma "tia" simpática na bilheteria nos deu todas as dicas de onde pegar o tal trem, descemos na estação indicada e, depois de descobrir que estávamos a 40 minutos de caminhada do hotel, nos enchemos de coragem e... pegamos um táxi.

Chegamos muito cedo ao hotel (o check-in era a partir das 14h), mas o quarto já estava disponível. Muito bom! Além disso, uma olhada em torno já mostrou onde era o bar e deu pra ver que tinha uma bomba de Guinness ali dando sopa. Isso não vai prestar...

Um banho, uma descansada rápida e lá fomos para o primeiro dia na cidade que mais curto no planeta - sim, Londres é a "cidade em que eu moraria". A forma como aquilo funciona, em todos os aspectos, chega a ser inacreditável para quem sai dessa "bagunça sob controle aparente" que chamamos de Brasil.

Começamos pelo famoso museu de cera Madame Tussauds. Envergava orgulhosamente uma de minhas muitas camisas do Santos F.C. de Glórias Mil e um dos funcionários do museu reconheceu e falamos rapidamente sobre futebol. É bom torcer para um time que é conhecido no mundo inteiro. Lá dentro, numa palavra, é uma zona! Além de ter gente por todos os lados, é possível chegar ao lado das estátuas e tirar fotos - aliás, a graça é justamente essa. Então, vira um autêntico mercado persa, com gente se movimentando por todos os lados. Tirei 4 fotos: com Alfred Hitchcock, Beatles, Jimi Hendrix e alguém que na placa estava escrito que era o Pelé. Há controvérsias... 

Com Alfred Hitchcock
Com Pelé...
Cris conferindo o desodorante de Freddie Mercury
De lá, caímos no metrô (que lá é chamado de Underground e cobre Londres inteira - ou, pelo menos, a "Londres que interessa" inteira...) e fomos fazer um passeio que me animava desde o princípio: conhecer o templo do futebol chamado Wembley. 

Chegando no templo do futebol
Sob a estátua de Bobby Moore, um dos maiores jogadores da história
Lá chegando, mais prestígio do glorioso Santos: o cara viu minha camisa, disse algo como "que legal, vocês vieram do Brasil" e já nos deu a versão em português do folheto que acompanharia nossa visita - português de Portugal, em que gramado vira "relvado" e telão vira "ecrã"... A tour lá por dentro leva pouco mais de uma hora e é muito legal. O lugar é enorme e, entre outros lugares, você conhece os vestiários, a sala de imprensa, a tribuna de honra e o gramado - só a beiradinha, é terminantemente proibido pisar lá dentro. 

Na sala de imprensa de Wembley
No gramado
Nosso guia era um gordinho divertido chamado Joey. Bem, "gordinho" é uma forma simpática de definir o sujeito. O cara é perigosamente obeso, daqueles que perde o fôlego com qualquer esforço, por menor que seja. 

Levando um papo com Joey, o gordinho...
E na hora de conhecer a tribuna de honra, que é o lugar em que os times recebem troféus e medalhas, o susto. É preciso subir uma escadaria de mais de 100 degraus para se chegar lá. Mas são degraus muito pequenos, praticamente uma rampa - afinal, os caras vão escalar aquilo de chuteiras e depois de jogarem por 90 minutos ou mais. E lá fomos nós, Joey à frente. Lá chegando, o gordinho deu aquela escorada básica na grade, abaixou a cabeça e começou a ofegar. Fiquei pensando quantos de nós seriam necessários pra carregar o cara (o grupo tinha umas 30 pessoas), mas logo ele "ressuscitou" e continuou o périplo - mas as bochechas vermelhas denunciavam o sofrimento.

Mick Jagger também esteve em Wembely
De lá, fomos direto à região de Piccadilly Circus para assistir a um musical, "O Fantasma da Ópera". Sinceramente, não curti. Cris amou, mas eu achei um troço lento e arrastado - e sem contar que os dois protagonistas deram pelo menos uma escorregada vocal feia cada um. O que impressiona é a produção, com muitos efeitos especiais mesmo em se tratando de um teatro pequeno. Antes de começar o espetáculo, fomos reservar uma cerveja para tomar no intervalo entre os dois atos da peça e o sujeito do bar perguntou meu sobrenome para constar na reserva. Já pensei que ia dar rolo - sempre dá! -, já que meu último sobrenome é Magalhães, algo tão complicado de pronunciar para um britânico como "Ausgabeöffnung" para um brasileiro. Só que o cara respondeu: "Eu também sou Magalhães." Bati um rápido papo com o lisboeta João Magalhães.

Em seguida, um jantar no Planet Hollywood ali do lado, debaixo de um casaco usado no filme "Grease" - e eu sempre caio na risada quando lembro que no México esse filme se chamou "Vaselina"!

Após uma noite de viagem e um dia de passeios. Nada cansado...
Dali pro metrô, do metrô pro hotel e uma (ou duas... Sério que foram três?) Guinness antes de dormir. Sim, a vida é boa.

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