Estou completando 30 anos de jornalismo musical. São 30 anos de histórias, casos divertidos e de uma vida em que a palavra "rotina" nunca existiu. Sempre me pedem para contar alguns "casos" que vi/vivi durante esse tempo todo e cada vez mais percebo que eles são muitos. Conversando sobre isso com minha filha Karina Mochetti, ela lançou a ideia na cara, sem anestesia: "Você TEM que fazer um site pra contar tudo isso." Começamos a divagar a respeito e vimos que assunto não ia faltar, mesmo. E que podíamos temperar tudo isso com um blog pra eu poder "sair um pouco da casinha" e falar também sobre outros assuntos: futebol, política, comportamento... e música! Ou você acha que eu ia conseguir simplesmente passar batido por isso assim tão fácil?

Então, aí está o meu site. Ele entrou no ar no exato dia em que completo 30 anos de jornalismo musical, 13 de julho de 2015 - por uma incrível e maravilhosa coincidência, no Dia Mundial do Rock. Navegue, opine, divulgue, critique. Vai ser muito legal ter você nessa viagem.

Tony Monteiro



Agradecimento especial: Zee Giesbrecht, autor da ilustração do banner


Sobre Tony Monteiro
por Paulo de Carvalho

Não me lembro quando foi a primeira vez que cruzei com o Tony Monteiro, grande jornalista, crítico musical, guitarrista e amigo. Imagino que tenha sido em algum show de rock ou algum bar entre cervejas. E rock! Provavelmente estávamos bêbados. Eu estava!

O Tony é daqueles jornalistas por quem você nutre respeito, admiração e até um pouco de medo. Sim, porque palavras, escreveu Belchior, “são navalhas”. E o Tony sabe usar as lâminas que tem. Mas como lhe sobra caráter, na verdade, não há o que temer. Além de sacar de música por osmose, por lidar com ela, por sensibilidade e profissão, ele toca. E toca bem. E tem um gosto musical vintage de dar inveja ao meu. Quem cresceu ouvindo Beatles e Stones e enveredou pelo trampo com música sob a inspiração de Alice Cooper só pode ser um cara iluminado. Click!

Já dei uma canja de gaita num show do Jack Flash, sua banda tributo aos Stones. E nossa última passagem juntos foi no Monsters of Rock deste 2015. Papo bom, humor afiado, cervejas nas mãos, ele com a filha crescida, repassando à sua descendência a trilha sonora que move nossas vidas.

Tocar rock no Brasil é esta guerrilha por espaço, por migalhas, por respeito. Tem muita concorrência deslealmente sem qualidade, "popularescamente" rasteira, nos palcos, nos falantes, na telinha. Tony conhece todos os lados da moeda, batendo escanteio na plateia e subindo pra cabecear no palco. Toca com destreza e qualidade e escreve como ninguém.

Rico nenhum de nós vai ficar dissertando sobre e tocando rock  no país do pagode pop, do funk “jográlico” e do sertanejo sem alma. Mas a gente sempre pode se juntar num pub, lubrificados com uma boa cerveja na mesa, ao som de um vinil que nos enche de orgulho e alguma nostalgia na vitrola. E brindarmos a felicidade de não fazermos concessões estéticas. Ou fazê-las, mas só quando nossa prole corre perigo de vida. Aí vale tudo!

Saúde, amigo!