A música entrou na minha vida muito cedo. Em 1965, eu era um menino de 7 anos e me levaram para assistir "Help!", filme dos Beatles que acabara de ser lançado. Não entendi absolutamente nada, mas fiquei fascinado com aquela música maravilhosa. Não sosseguei enquanto minha mãe não me deu o compacto da música tema do filme - que, de quebra, tinha no lado B nada menos que 'I'm Down", rock'n'roll rápido, cantado por Paul num registro bem alto e cheio de shuffle. Paixão imediata, não tinha como fugir mais daquilo.

Passam-se três anos e ouvi outro tema que ajudou a forjar meu caráter musical: "Jumpin' Jack Flash", dos Rolling Stones, que viriam a se tornar minha banda favorita. A mesma cena se repetiu: minha mãe não teve paz até me comprar esse compacto.

Outro salto de três anos. Já com 13 anos de idade, tinha minha mesada e cuidava de comprar o que me interessava. Numa loja de discos, fui com a cara de um álbum com a cabeça de uma cobra num fundo vermelho na capa. Pedi pra ouvir (sim, queridos, naqueles tempos não tinha nada disso de baixar música ou ouvir no YouTube; aliás, naqueles tempos computador era "cérebro eletrônico"). A balconista atendeu. Não precisei ouvir nem 15 segundos. A guitarra agressiva, a bateria pesada, o break, aquela voz... O disco era "Killer", a música era "Under My Wheels", a banda era Alice Cooper e o menino do lado de cá do toca-discos falou pra si mesmo: "É isso que quero pra mim!"

O jornalismo, por sua vez, era algo que sempre quis fazer. Nunca tive o que os jovenzinhos criados pela vovó chamam de "crise vocacional". Desde os 14 anos queria ser jornalista e aos 17 estava na faculdade Cásper Líbero realizando meu sonho - e vocês não têm ideia do que era cursar Jornalismo na época da ditadura. Mas a gente fala sobre isso no blog.

Mais ou menos na mesma época, surgiu um jornal/revista de música chamado "Rock, a História e a Glória". Lia aqueles textos fantásticos, especialmente do grande e saudoso Ezequiel Neves, e vi que era possível unir minhas duas paixões, rock e jornalismo.
                                                                Passou a ser um objetivo.

A vida me levou para o jornalismo empresarial (virei assessor de imprensa de uma estatal), mas nunca tirei o foco do meu objetivo. Num belo dia, a revista Roll, sediada no Rio de Janeiro e que trabalhava na linha do Rock/Pop, publicou um anúncio procurando um setorista em São Paulo. Candidatei-me à vaga e... fui o escolhido!


Minha primeira missão: cobrir o show de lançamento do disco de estreia do Ultraje A Rigor, o excelente "Nós Vamos Invadir Sua Praia". O show aconteceu no dia 13 de julho de 1985 e exatamente no mesmo dia acontecia nos EUA e na Inglaterra o festival "Live Aid", o que faria com que esse dia se tornasse o Dia Mundial do Rock.

Dali para cá, não parei mais. Fiquei quatro anos escrevendo para a Roll e para as outras duas revistas da mesma editora - Metal, especializada em Heavy Metal, e Mix, de técnicas e equipamentos. Depois, ingressei na revista Rock Brigade e lá permaneci por longos 18 anos.

Nesse meio tempo, comecei também a atuar como músico - já tocava guitarra há certo tempo, mas sempre de forma doméstica. Depois de algumas bandas de menor expressão, criei o Big Bang (veja seção "Bandas") e não parei mais.

Voltando a jornalismo, em 2007 transferi-me para a revista Roadie Crew, na qual estou até hoje. Fazendo o mesmo que sempre fiz e feliz como nunca. Esse negócio de rock e jornalismo é uma cachaça, mesmo.

Vida pessoal


Estou há mais de 40 anos com a mulher da minha vida, Cristina Mochetti, e da nossa união veio nossa adorada filha Karina Mochetti, idealizadora deste site e PhD em Computação pela Unicamp (orgulho!).

Também temos uma "filha de quatro patas", uma linda maltês chamada Mel, que está conosco desde janeiro de 2004, quando tinha apenas três meses. E também sou "avô" de duas lindas vira-latas, Puppy e Milly, que foram adotadas pela Karina.

Detalhe: não maltrate um animal perto de mim. Combinado?

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